Pesquisar neste Blog e na Web

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Os crimes mais notórios

 
Logo iniciarei uma série de postagens relatando alguns dos crimes mais notórios da humanidade, estes relatados no livro "501 CRIMES MAIS NOTÓRIOS" de Paul Donnelley. Minha intenção é disponibilizar aqui fatos impressionantes e curiosos do comportamento humano o qual a Psicologia busca sua compreensão.

Psicólogo, psiquiatra, psicanalista... afinal, qual é mesmo a diferença?


   Termos como psicólogo, psiquiatra e psicanalista podem ser facilmente confundidos para quem não é da área. Antes de entrar na faculdade eu também nem sabia de algumas diferenças. Por isso, hoje resolvi colocar aqui uma breve diferenciação:

PSICÓLOGO: 
Profissional com graduação superior em Psicologia. Desta forma, tem uma formação voltada principalmente para o entendimento do comportamento e da subjetividade humana. O psicólogo não é habilitado para fornecer tratamento medicamentoso, mas sim para atuar com intervenções de ordem mais interacional, psicossocial. Pode realizar avaliações e diagnósticos em saúde mental. Um grande diferencial é que o único profissional habilitado a trabalhar com testes psicológicos. Mas a atuação do psicólogo também vai muito além da clínica: também existe a psicologia hospitalar, a social, a organizacional, a do esporte, a ambiental, a de pesquisa, a jurídica, e tantas outras, cada uma com suas especialidades e peculiaridades.

PSIQUIATRA:
Já a formação e atuação do psiquiatra são diferentes. A Psiquiatria é uma especialidade da Medicina. O psiquiatra, portanto, é um médico. Alguns fazem um trabalho psicoterapêutico como o psicólogo, mas são uma minoria. O tratamento psiquiátrico costuma ser mais farmacológico - ao contrário do psicólogo, o psiquiatra pode receitar remédios. O profissional também pode realizar diagnóstico, mas não é habilitado para aplicação de testagens na sua avaliação. A atuação costuma se restringir mais à área clínica mesmo, mas também existem áreas diferentes como a psiquiatria forense.

PSICANALISTA:
Psicanalistas são pessoas com formação em Psicanálise. Muita gente ainda confunde, mas Psicologia e Psicanálise não são sinônimos. A Psicologia é como uma árvore com diversas ramificações teóricas, sendo que a Psicanálise é apenas uma dessas linhas de pensamento e atuação*, que teve origem no famoso Sigmund Freud (por sua vez, a Psicanálise também tem suas subdivisões: freudianos, kleinianos, lacanianos...). Psiquiatras, psicólogos e até pessoas graduadas em outras áreas podem fazer essa formação em núcleos e sociedades psicanalíticas. Existem vários psicólogos que até trabalham com psicoterapia orientados pela Psicanálise, mas não são Psicanalistas. Resumindo: nem todo psicólogo é psicanalista e nem todo psicanalista é psicólogo.
O processo de "análise" difere da "psicoterapia" (como por exemplo a frequencia das sessões e o tempo do processo), mais deixemos esse para outra post. Dúvidas, podem perguntar nos comentários!

...........................................

* Saiba mais sobre o assunto clicando nesse link! http://www.artigonal.com/psicoterapia-artigos/psicanalise-psicologia-e-psiquiatria-3958487.html

Nova meta para o desenvolvimento de anti-depressivos eficientes

Novos rumos para o desenvolvimento de anti-depressivos
   Pela primeira vez em modelo humano, cientistas descobriram como anti-depressivos produzem novos neurônios. Isso significa que pesquisadores podem agora desenvolver medicamentos melhores e mais eficientes para combater a depressão.
   Estudos anteriores mostraram que anti-depressivos produzem novas células, no entanto, até agora não se sabia como isso acontecia. Em uma pesquisa publicada na revista Molecular Psychiatry, pesquisadores da King College's London demonstraram que regulam os receptores de glucocorticóides (GR) - uma proteína chave envolvida nas respostas ao estresse. Além disso, o estudo mostra que todos os tipos des de anti-depressivos dependem dos GR para criar novas células.
   Estima-se que a depressão seja a segunda doença com maior incidência até o ano de 2020. Estudos recentes demonstraram que pacientes com depressão apresentam uma redução de um processo chamado "neurogênese", que é um déficit no desenvolvimento de novas células nervosas. Essa neurogênese reduzida pode contribuir para os sintomas debilitantes da depressão, como o humor deprimido ou os problemas de memória. Com mais ou menos a metade de todos os pacientes deprimidos não conseguindo melhorar com os tratamentos atualmente disponíveis, o desenvolvimento de novos tratamentos anti-depressivos continua sendo um grande desafio, o que faz com que seja crucial a identificação de novos mecanismos envolvidos nesse processo.
   O Laboratório de Estresse, Psiquatria e Imunologia (SPI-lab) da faculdade vinha observando o papel da GR na depressão há alguns anos. Nessa pesquisa, cientistas usaram células-tronco do hipocampo humano, a fonte de novas células no cérebro humano, como um novo modelo para investigar os efeitos de anti-depressivos em células do cérebro.
   Chistoph Anacker, estudante de PhD no King College's London e autor principal do artigo diz "Pela primeira vez em um modelo clinicamente relevante, nós fomos capazes de mostrar que anti-depressivos produzem mais células-tronco e também aceleram seus desenvolvimento em células cerebrais adultas, Adicionalmente, também demonstramos pela primeira vez que hormônios do estresse, que são geralmente muito altos em paciêntes com depressão, tem um efeito oposto".
   "Nós descobrimos que uma proteína específica na célular, o receptor glucocorticóide, é essencial para isso acontecer. Os anti-depressivos ativam essa proteína que ativa genes particulares que tornam células tronco imaturas em células cerebrais adultas".
   "Aumentando o número de células recém-nascidas no cérebro humano adulto, anti-depressivos neutralizam os efeitos nocivos dos hormônios do estresse e podem auxiliar no tratamento de anomalias cerebrais que podem causar o humor deprimido e a memória prejudicada na depressão".
   Anacker conclui: "Identificando o receptor de glucocorticóide como um elemento chave na geração de novas células no cérebro, nós agora poderemos usar esse novo sistema de célula-tronco para o tratamento de doenças psiquiátricas em laboratório, testa novos compostos e desenvolver anti-depressivos muito mais efetivos e focados. No entanto, primeiro é importante que estudos futuros investiguem todos os efeitos possíveis de se aumentar a neurogênese no comportamento dos humanos".

REFERÊNCIA: Physorg

Como abusadores tentam justificar suas ações

Abusadores infantis desenvolvem distorções cognitivas para tentarem diminuir sua responsabilidade

   Homens que abusam sexualmente de crianças costumam culpar fatores externos para explicar suas ações e diminuir sua culpa e responsabilidade. "Cada razão que eles dão é uma distorção cognitiva" segundo Sarah Paquette, uma estudante que investigou o assunto como parte de sua tese de mestrado na Université de Montréal School of Criminology, no Canadá.
   Ela entrevisou mais de 20 homens condenados por molestas crianças. Alguns dos homens haviam feito isso de forma mais violenta, enquanto outros usaram táticas mais sutis para realizarem o abuso (o que também não tira a violência da questão, né). As entrevistas semi-estruturadas foram conduzidas sob supervisão dos professores Franca Cortoni e Jean Proulx.
   "Abusadores admitem o estupro e sabem que é errado" diz Paquette "Mas eles racionalizam suas ações para lidar com a situação em que se encontram. Essas racionalizações são distorções cognitivas que lhes permitem agir impulsivamente, e existem tantas racionalizações quanto molestadores". No entanto, todas as "razões" que eles dão podem ser agrupadas em seis grandes categorias.
    A primeira é a alegação de impossibilidade de conter seus desejos: hormônios, estresse, drogas ou até mesmo Deus são fatores considerados incontroláveis pelo molestador e usados para tirar sua responsabilidade. "Sempre é por causa de outra coisa" disse Paquette.
   Em segundo, o "direito" de fazer o que lhe dá prazer. Aqueles que usam esse argumento acreditam que seu status, como chefe de família, por exemplo, lhes confere certos privilégios que devem ser satisfeitos por outros. "Essas pessoas também acreditam que as relações sexuais com crianças vão um dia ser aceitas pela sociedade, como eram nos tempos antigos" diz Paquette.
Sarah Paquette
   Terceiro: alguns alegam que a ação não fez mal à criança de jeito nenhum. Aqueles que invocam esse argumento muitas vezes destacam suas restrições como "Eu toquei, mas não houve penetração", "Ela não sangrou", "Ela estava dormindo" e outras barbaridades.
   Quarta categoria: alguns acreditam que mulheres adultas são manipuladoras perigosas ou estão fora de seu alcance devido à sua beleza. Essa crença muitas vezes é associada a uma imagem muito positiva das crianças, que não são tão ameaçadoras e são mais manipuláveis.
   Em quinto lugar, alguns abusadores percebem as crianças como sexualizadas e capazes de decidirem e consentirem uma relação sexual. Eles acreditam que as crianças apreciam o contato sexual e até mesmo precisam dele.
   Paquette definiu também uma sexta categoria, que sugere que os molestadores enxergam a si mesmos como crianças. Eles se sentem com a idade mental de uma criança e acreditam que estavam vivendo um amor recíproco com suas vítimas.
   Como coloca Paquette, são todas distorções. E bem cruéis, desenvolvidas pelo sujeito para "autorizar" seu comportamento abusador. Apesar de ter sentido nojo enquanto escrevia, acredito que esse estudo pode ajudar a compreender o comportamento dos pedófilos, pois ainda é uma questão bastante problemática da psicologia. Muitas vezes também é possível que ele faça uso dessas distorções para induzir a criança a se sujeitar aos abusos, então acho que é importante estudá-las para que se possa desenvolver formas de prevenção, pois as crianças menores geralmente recebem pouquíssima orientação sobre sexualidade, então é difícil lhes preparar para se defenderem de abusos. Acredito que é importante se pensar em meios educativos que possam fortalecer a criança para que ela saiba identificar que algo está errado e possa denunciar o abusador.

REFERÊNCIA: Université de Montréal

Ver e experimentar violência faz com que as crianças acreditem que agressões são formas "normais" de resolver problemas


O contato constante com a violência aumenta a crença de que agressões são "normais"

   Quanto mais as crianças forem expostas a violência, mais elas começam a pensá-la como algo normal. E quanto mais a violência é entendida como normal, maior é a probabilidade delas agredirem outras pessoas.
    Essas foram as principais conclusões feitas por uma pesquisa publicada no Social Psychological and Personality Science. O estudo teve como amostra 777 crianças, com idades entre 8 e 12 anos. Os pesquisadores perguntaram a elas o quanto elas presenciavam violência na escola, na vizinhança, em casa ou na TV. Eles também pediram aos participantes se eles foram vítimas de agressões com perguntas do tipo "Com que frequência alguém bate em você em casa". Outro ponto avaliado foi se as crianças consideravam a agressão como um comportamento adequado, com afirmações do tipo "Algumas vezes você precisa bater em outras pessoas porque elas merecem". A seção final do questionário mediu o grau de agressividade da criança, baseado em suas auto-avaliações e no que os colegas achavam dela.
    Seis meses depois, eles questionaram as crianças novamente, perguntando as mesmas questões. Isso permitiu que os cientistas avaliassem se testemunhar violência - ou ser uma vítima dela - levava a maiores níveis de agressividade um semestre depois.
    As crianças que testemunharam violênca mostraram-se mais agressivas. Observou-se também que isso tinha um efeito "retardado": crianças que presenciaram violência na primeira fase se mostraram mais agressivas seis meses depois. O mesmo efeito foi percebido em crianças vítimas de alguma violência. Não foram percebidas diferenças significativas entre meninos e meninas nem se as crianças estudavam em escola pública ou particular.
    Observou-se que a constante exposição à violência nas mais variadas formas e ambientes parece "naturalizar" a violência para a criança. Os autores escrevem: "Pessoas expostas a uma pesada dieta de violência passam a acreditar que a agressão é uma forma normal de resolver conflitos e conseguir o que se quer na vida. Essas crenças diminuem suas inibições quanto a agressão contra outras pessoas."
    O artigo foi escrito por Izaskun Orue, Brad J. Bushman, Esther Calvete, Sander Thomaes, Bram Orobio de Castro e Roos Hutteman. Você pode lê-lo na íntegra clicando aqui (em inglês).

FONTES: Physorg e Monkey See, Monkey Do, Monkey Hurt: Longitudinal Effects of Exposure to Violence on Children’s Aggressive Behavior

Pais com transtornos mentais


"Você deveria contar aos seus filhos sobre sua doença mental?

Por Margarita Tartakovsky


É comum que pais com alguma doença mental se perguntam se é melhor contar aos filhos sobre seu diagnóstico. Por um lado, você quer ser franco e honesto. Por outro, você pode pensar que não dizer nada irá proteger seu filho. Existe um instinto paternal natural de proteger sua criança de qualquer confusão ou preocupação. No entanto, de acordo com pesquisas, não contar nada ao seu filho pode ter o efeito oposto.

   Pesquisas mostram que se os pais não contam às crianças sobre sua doença mental, estas desenvolvem idéias errôneas e preocupações que podem ser piores que a realidade, diz Michelle D. Sherman, Ph. D., psicóloga clínica e diretora da Family Mental Health Program no Oklahoma City Veterans Affairs Medical Center. Mais tarde, essas crianças também reportar sentimentos de ressentimento por seus pais por estes os manterem no escuro.

   “A questão real não é se deve-se contar ou não, mas sim o quê e quando” disse Ryan Howes, Ph. D., psicólogo, escritor e professor em Pasadena, Califórnia.

   “Todos sabemos que as crianças são incrivelmente perceptivas – se algo está acontecendo, elas saberão.” Informação diminui a confusão infantil, disse Sherman, que também é professora na University of Oklahoma Health Sciences Centes.

   Então como você deve abordar o tópico com suas crianças?

- Fale com o seu profissional de saúde mental. A maioria dos pais na sabem o que dizer aos filhos. Isso não é surpresa, considerando que o adoecimento metal é difícil de ser entendido mesmo pelos adultos. Sherman sugere que se pergunte ao profissional de saúde mental que o atende sobre os melhores meios de se falar com a criança.

- Equilíbrio. De acordo com Howes, existe um bom meio termo entre revelar a verdade às crianças e massacrá-las com a situação. Ele disse ser importante “prevenir a transmissão de qualquer conotação pejorativa da doença mental, por isso deve-se conversar abertamente (quando a idade é apropriada) e sem julgamentos”.

- Levar em conta a idade e a maturidade. A maneira de como se falar com seus filhos depende muito da idade e nível de maturidade. “Pode ser apropriado contar a uma criança pequena que a mamãe não está se sentindo bem e que ela adoraria ir ao parque mas agora precisa descansar”, disse Howes. Ele também sugeriu a leitura do livro Wishing Wellness: A Workbook for Children of Parents with Mental Illness* com seu filho. Para adolescentes que são maduros, ter uma “discussão franca e fornecer literatura sobre as mudanças de humor do pai” pode ser apropriado.

- Seja aberto para que façam perguntas. Seus filhos podem ter uma variedade de perguntas, especialmente conforme vão crescendo, disse Sherman. Adolescentes podem temer que eles também sejam acometidos por uma doença mental. Crianças mais novas podem perguntar se elas causaram a doença e como podem consertar a situação. “Existe uma gama de questões frequentes que podem ser abordadas de forma adequada de acordo com o desenvolvimento”, disse Joanne Nicholson, Ph. D., uma psicóloga que dirige o Child and Family Research Core da University of Massachusetts Medical School Center for Mental Health Services Research.

Evite julgar as preocupações de seus filhos e prepare sua fala com um profissional da saúde mental, que pode lhe ajudar a responder essas questões comuns.

-  Veja sua fala como uma oportunidade de aprendizado. “É importante que pais com transtornos mentais saibam que eles tem uma oportunidade especial de ensinar aos filhos uma das mais importantes lições da vida: Todo mundo possui sua bagagem”, disse Howes. “Para pais com alguma doença mental, acontece que sua bagagem consiste em carregar um diagnóstico e um plano de tratamento. Não importa tanto qual é a bagagem, e sim como ela é manejada”.

“Dê às crianças a linguagem para se falar sobre saúde mental, sentimentos, bem-estar emocional e humor” disse Nicholson. Ajude-as a compreender que saúde mental é uma “parte vital da saúde, do bem-estar e da vida familiar”, disse ela.

Passe a eles a importância de cuidarem bem de si, comenta Sherman. Fale para elas sobre bem-estar, sono, exercício e nutrição. Se forem maiores, pode conversar sobre os sinais vermelhos do adoecimento mental também.

- Conforte-as. “Crianças podem se tornar preocupadas sobre o bem-estar dos pais ou sua própria saúde mental no futuro em caso de doenças hereditárias”, falou Howes. Tranquilize-as demonstrando que as ama, que você está recebendo ajuda e que “sempre haverá alguém para cuidar delas”.

- Considere aconselhamento para seus filhos. “Aconselhamento pode ajudar a educar, desenvolver habilidades de enfrentamento e dar às crianças um outro local para o apoio emocional”, disse Howes.

Quando pensar sobre sua doença mental em geral, considere isso, como Howes destacou: “Esse pode ser o melhor presente que você dará aos seus filhos: um exemplo de encarar desafios e limitações com honestidade e coragem. Pessoas que perseveram apesar de grandes adversidades merecem nosso maior respeito – podemos chamar essas pessoas de heróis”.
          Página original clique aqui.

A psicoterapia no tratamento do Transtorno de Fobia Social funciona? Estudos neurológicos sugerem que sim!

   Um time de psicólogos canadenses (David Moscovitch da University of Waterloo, Louis Schmidt e Vladimir Miskovic da McMaster University, Diane Santesso, Randi McCabe e Martin Antony da Ryerson University) publicou recentemente uma pesquisa na revista da Association of Psychological Science sobre as modificações a nível neurológico que acontecem em pessoas com Transtorno de Fobia Social quando estas passam por psicoterapia.
   A Fobia Social é um Transtorno de Ansiedade marcado principalmente pelo medo de interagir com outras pessoas e expectativas de ser duramente julgado pelos outros. A pesquisa canadense tinha como principal objetivo observar as mudanças no cérebro enquanto pacientes com esse quadro passavam pelo processo de psicoterapia.
   Para tanto, os cientistas usaram eletroencéfalogramas (EEG) que medem as interações elétricas cerebrais em tempo real. O estudo recrutou 25 adultos com Fobia Social em uma clínica de Ontario. Os pacientes participaram de 12 sessões semanais de psicoterapia de grupo com abordagem cognitivo-comportamental, um método estruturado que auxilia as pessoas a identificarem e desafiarem seus padrões de pensamento que perpetuam o transtorno. Foram observados dois grupos de controle que não passaram por psicoterapia, um com pessoas que foram avaliados com sintomas extremamente altos de Fobia Social e outro com escores muito baixos.
   Os pacientes passaram por quatro EEGs - dois antes do tratamento, um durante o processo e outro duas semanas depois da sessão final. Os pesquisadores coletaram as medidas do EEG enquanto estavam descansados e depois durante um exercício estressante: a preparação de um curto discurso de improviso sobre um tema polêmico, como a pena de morte ou o casamento entre homossexuais. Os participantes eram avisados que a fala deveria ser apresentada para duas pessoas e também filmada. Além disso, foram feitas avaliações abrangentes sobre o medo e a ansiedade desses pacientes.
   Quando os exames dos pacientes que passavam pela psicoterapia foram comparados com os dos grupos de controle, os resultados foram bastante reveladores. Antes da terapia, as correlações delta-beta do grupo eram muito semelhantes ao do grupo de controle de alta ansiedade, e diferente do grupo de controle que não apresentava sinais de Fobia Social. No meio do processo terapêutico, os pacientes clínicos relatavam diminuição dos sintomas. No final, os exames dos pacientes se assemelhavam muito mais aos do grupo de controle que não tinha trastornos de ansiedade.
   "Não podemos afirmar que a psicoterapia altera o cérebro" adverte Miskonic. Por alguns motivos específicos, alguns dos pacientes também estavam também seguindo tratamento psicofarnacológico durante o mesmo período, e isso pode confudir os resultados. Mas o estudo é sobretudo um passo bastante importante no tratamento dos transtornos de ansiedade. Muitos leigos - e até mesmo alguns profissionais - ainda duvidam da efetividade das psicoterapias, como se apenas o tratamento com remédios fossem realmente científicos e efetivos. Muitos estudos neurológicos e psiconeurológicos têm apontado que as psicoterapias tem efeitos reais e duradouros.

FONTE: Association For Psychological Science

O que é psicoterapia?

   Psicoterapia é um método de tratamento e promoção do bem-estar humano e social. Apesar de todo mundo pelo menos conhecer ou ouvir história de alguém que passou por um psicólogo clínico, muitas vezes não se tem real clareza sobre o que é a psicoterapia e o que não é. Aristides Volpato Cordioli cita algumas características principais das psicoterapias:

"- É um método de tratamento realizado por um profissional treinado, com o objetivo de reduzir ou remover um problema, queixa ou transtorno definido de um paciente ou cliente que deliberadamente busca ajuda;
- O terapeuta utiliza meios psicológicos como forma de influenciar o cliente ou paciente; 
- É realizada em um contexto primariamente interpessoal (a relação terapêutica);
-  Utiliza a comunicaçã0 verbal como principal recurso;
- É uma atividade eminentemente colaborativa entre paciente e terapeuta. (2008. p. 21)
   Ou seja: psicoterapia não é a mesma coisa que conversar com um amigo ou se confessar com um padre, como muitos podem afirmar. A psicologia é uma ciência, portanto difere da informalidade das conversas do dia-a-dia e das intervenções religiosas. Na terapia, o psicólogo deve se utilizar de técnicas desenvolvidas para a demanda do paciente, baseando-se em teorias e pesquisas para intervir. Mas o psicólogo também não trabalha sozinho: é fundamental o envolvimento também da parte do paciente, sua motivação, sua sinceridade e sua disposição para participar do processo. Por isso, é colaborativa.
   Também acho importante ressaltar que é um processo regido por diversas regras estabelecidas e fiscalizadas pelo Conselho Federal de Psicologia, como por exemplo o sigilo, que garante a confidencialidade das informações do paciente. O psicólogo clínico também deve ter uma postura ética e "neutra", ou seja, ele não está ali para "julgar" o paciente, e sim para acolhê-lo de forma respeitosa e ajudá-lo a encontrar soluções para a demanda.
   Não existe apenas uma abordagem de psicoterapia. A de orientação psicanalítica é um das mais famosas, mas existem muitas outras, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), que tem se desenvolvido bastante nas últimas décadas. Só para citar mais algumas abordagens populares, existe também a terapia humanista, o psicodrama, a logoterapia, a sistêmica, entre muitas outras. Até hoje, não ficou provado qual a "linha mais eficaz": todas esses tratamentos demonstram resultados positivos em pesquisas. Isso pode depender também da demanda do paciente. Por exemplo, em geral, a TCC obtém ótimos resultados no tratamento de transtornos como o Transtorno Obsessivo Compulsivo. A terapia de orientação psicanalítica  ou a logoterapia podem ser ótimas para momentos de crise interna. A sistêmica é excelente para conflitos conjugais. E por aí vai. Mas uma coisa já é provada: a psicoterapia em geral é uma prática eficaz (CORDIOLI, 2008).

    Também é muito comum se confundir a psicoterapia com outras "terapias": florais de bach, reiki, homeopatia, terapias reencarnacionistas, cromoterapia, etc. Essas práticas são chamadas "terapias alternativas" e nada tem a ver com a psicoterapia. Mas pretendo escrever mais sobre isso em outro post.
   

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Cordioli, Aristides V.; et al. Psicoterapias: abordagens atuais. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

Humor: A importância da escuta na psicoterapia



O programa Comédia MTV  mostra como a escuta é um elemento fundamental da psicoterapia. Sem escuta, sem atenção, sem empatia, sem foco, sem clareza e sem linguagem adequada, o psicólogo acaba soterrando o paciente com intervenções ineficazes e até mesmo bizarras.

Isso é tudo que um Psicólogo não deve fazer, mas ficou engraçado pra caramba!!!

Nada contra, mas...

... será que não teríamos espaço para todo mundo?

Tirinhas de André Dahmer.

Música, emoção e cérebro

Música e emoção caminham juntas.

E nada como caminhar junto da música
Uma pesquisa feita pela McGill University revelou o que está por trás da sensação mágica que sentimos ao escutar uma boa música: a dopamina, como músico profissional e futuro Psicólogo, garanto à vocês que isso é a mais pura verdade.

PET Scan
                                                                                                       
A dopamina é um neurotransmissor, conhecida como responsável pelo prazer no sexo e no uso de drogas. Na pesquisa, os cientistas pediram a 10 voluntários que trouxessem ao laboratório uma canção que eles amavam e lhe causavam “calafrios” de emoção. A reação cerebral das pessoas à música foi analisada com um exame chamado PETscan, onde mediram as emissões de dopamina numa estrutura chamada corpo estriado, que é subdividida em duas partes: a dorsal (relacionada à predição e ação) e a ventral (ligada ao sistema límbico, associado à emotividade). Com a música, a dopamina é liberada pelas duas àreas, pois existe um momento de antecipação antes do clímax emocional. Durante a fase de antecipação, dopamina é derramada no corpo estriado dorsal até que chegue o momento de clímax, o que causa uma reação na parte ventral de pura emoção. O estudo pode ser acessado aqui.
Há tempos eu dizia que minhas drogas eram músicas. Com esse estudo, acho que a comparação tem certo fundamento, visto que a música proporciona prazer de forma semelhante. Mas ela não tem efeitos colaterais negativos, é segura e saudável (claro, com exceção do vício extremo ou escutar música só no volume máximo).

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...