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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pais com transtornos mentais


"Você deveria contar aos seus filhos sobre sua doença mental?

Por Margarita Tartakovsky


É comum que pais com alguma doença mental se perguntam se é melhor contar aos filhos sobre seu diagnóstico. Por um lado, você quer ser franco e honesto. Por outro, você pode pensar que não dizer nada irá proteger seu filho. Existe um instinto paternal natural de proteger sua criança de qualquer confusão ou preocupação. No entanto, de acordo com pesquisas, não contar nada ao seu filho pode ter o efeito oposto.

   Pesquisas mostram que se os pais não contam às crianças sobre sua doença mental, estas desenvolvem idéias errôneas e preocupações que podem ser piores que a realidade, diz Michelle D. Sherman, Ph. D., psicóloga clínica e diretora da Family Mental Health Program no Oklahoma City Veterans Affairs Medical Center. Mais tarde, essas crianças também reportar sentimentos de ressentimento por seus pais por estes os manterem no escuro.

   “A questão real não é se deve-se contar ou não, mas sim o quê e quando” disse Ryan Howes, Ph. D., psicólogo, escritor e professor em Pasadena, Califórnia.

   “Todos sabemos que as crianças são incrivelmente perceptivas – se algo está acontecendo, elas saberão.” Informação diminui a confusão infantil, disse Sherman, que também é professora na University of Oklahoma Health Sciences Centes.

   Então como você deve abordar o tópico com suas crianças?

- Fale com o seu profissional de saúde mental. A maioria dos pais na sabem o que dizer aos filhos. Isso não é surpresa, considerando que o adoecimento metal é difícil de ser entendido mesmo pelos adultos. Sherman sugere que se pergunte ao profissional de saúde mental que o atende sobre os melhores meios de se falar com a criança.

- Equilíbrio. De acordo com Howes, existe um bom meio termo entre revelar a verdade às crianças e massacrá-las com a situação. Ele disse ser importante “prevenir a transmissão de qualquer conotação pejorativa da doença mental, por isso deve-se conversar abertamente (quando a idade é apropriada) e sem julgamentos”.

- Levar em conta a idade e a maturidade. A maneira de como se falar com seus filhos depende muito da idade e nível de maturidade. “Pode ser apropriado contar a uma criança pequena que a mamãe não está se sentindo bem e que ela adoraria ir ao parque mas agora precisa descansar”, disse Howes. Ele também sugeriu a leitura do livro Wishing Wellness: A Workbook for Children of Parents with Mental Illness* com seu filho. Para adolescentes que são maduros, ter uma “discussão franca e fornecer literatura sobre as mudanças de humor do pai” pode ser apropriado.

- Seja aberto para que façam perguntas. Seus filhos podem ter uma variedade de perguntas, especialmente conforme vão crescendo, disse Sherman. Adolescentes podem temer que eles também sejam acometidos por uma doença mental. Crianças mais novas podem perguntar se elas causaram a doença e como podem consertar a situação. “Existe uma gama de questões frequentes que podem ser abordadas de forma adequada de acordo com o desenvolvimento”, disse Joanne Nicholson, Ph. D., uma psicóloga que dirige o Child and Family Research Core da University of Massachusetts Medical School Center for Mental Health Services Research.

Evite julgar as preocupações de seus filhos e prepare sua fala com um profissional da saúde mental, que pode lhe ajudar a responder essas questões comuns.

-  Veja sua fala como uma oportunidade de aprendizado. “É importante que pais com transtornos mentais saibam que eles tem uma oportunidade especial de ensinar aos filhos uma das mais importantes lições da vida: Todo mundo possui sua bagagem”, disse Howes. “Para pais com alguma doença mental, acontece que sua bagagem consiste em carregar um diagnóstico e um plano de tratamento. Não importa tanto qual é a bagagem, e sim como ela é manejada”.

“Dê às crianças a linguagem para se falar sobre saúde mental, sentimentos, bem-estar emocional e humor” disse Nicholson. Ajude-as a compreender que saúde mental é uma “parte vital da saúde, do bem-estar e da vida familiar”, disse ela.

Passe a eles a importância de cuidarem bem de si, comenta Sherman. Fale para elas sobre bem-estar, sono, exercício e nutrição. Se forem maiores, pode conversar sobre os sinais vermelhos do adoecimento mental também.

- Conforte-as. “Crianças podem se tornar preocupadas sobre o bem-estar dos pais ou sua própria saúde mental no futuro em caso de doenças hereditárias”, falou Howes. Tranquilize-as demonstrando que as ama, que você está recebendo ajuda e que “sempre haverá alguém para cuidar delas”.

- Considere aconselhamento para seus filhos. “Aconselhamento pode ajudar a educar, desenvolver habilidades de enfrentamento e dar às crianças um outro local para o apoio emocional”, disse Howes.

Quando pensar sobre sua doença mental em geral, considere isso, como Howes destacou: “Esse pode ser o melhor presente que você dará aos seus filhos: um exemplo de encarar desafios e limitações com honestidade e coragem. Pessoas que perseveram apesar de grandes adversidades merecem nosso maior respeito – podemos chamar essas pessoas de heróis”.
          Página original clique aqui.

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