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sexta-feira, 22 de abril de 2011

A psicoterapia no tratamento do Transtorno de Fobia Social funciona? Estudos neurológicos sugerem que sim!

   Um time de psicólogos canadenses (David Moscovitch da University of Waterloo, Louis Schmidt e Vladimir Miskovic da McMaster University, Diane Santesso, Randi McCabe e Martin Antony da Ryerson University) publicou recentemente uma pesquisa na revista da Association of Psychological Science sobre as modificações a nível neurológico que acontecem em pessoas com Transtorno de Fobia Social quando estas passam por psicoterapia.
   A Fobia Social é um Transtorno de Ansiedade marcado principalmente pelo medo de interagir com outras pessoas e expectativas de ser duramente julgado pelos outros. A pesquisa canadense tinha como principal objetivo observar as mudanças no cérebro enquanto pacientes com esse quadro passavam pelo processo de psicoterapia.
   Para tanto, os cientistas usaram eletroencéfalogramas (EEG) que medem as interações elétricas cerebrais em tempo real. O estudo recrutou 25 adultos com Fobia Social em uma clínica de Ontario. Os pacientes participaram de 12 sessões semanais de psicoterapia de grupo com abordagem cognitivo-comportamental, um método estruturado que auxilia as pessoas a identificarem e desafiarem seus padrões de pensamento que perpetuam o transtorno. Foram observados dois grupos de controle que não passaram por psicoterapia, um com pessoas que foram avaliados com sintomas extremamente altos de Fobia Social e outro com escores muito baixos.
   Os pacientes passaram por quatro EEGs - dois antes do tratamento, um durante o processo e outro duas semanas depois da sessão final. Os pesquisadores coletaram as medidas do EEG enquanto estavam descansados e depois durante um exercício estressante: a preparação de um curto discurso de improviso sobre um tema polêmico, como a pena de morte ou o casamento entre homossexuais. Os participantes eram avisados que a fala deveria ser apresentada para duas pessoas e também filmada. Além disso, foram feitas avaliações abrangentes sobre o medo e a ansiedade desses pacientes.
   Quando os exames dos pacientes que passavam pela psicoterapia foram comparados com os dos grupos de controle, os resultados foram bastante reveladores. Antes da terapia, as correlações delta-beta do grupo eram muito semelhantes ao do grupo de controle de alta ansiedade, e diferente do grupo de controle que não apresentava sinais de Fobia Social. No meio do processo terapêutico, os pacientes clínicos relatavam diminuição dos sintomas. No final, os exames dos pacientes se assemelhavam muito mais aos do grupo de controle que não tinha trastornos de ansiedade.
   "Não podemos afirmar que a psicoterapia altera o cérebro" adverte Miskonic. Por alguns motivos específicos, alguns dos pacientes também estavam também seguindo tratamento psicofarnacológico durante o mesmo período, e isso pode confudir os resultados. Mas o estudo é sobretudo um passo bastante importante no tratamento dos transtornos de ansiedade. Muitos leigos - e até mesmo alguns profissionais - ainda duvidam da efetividade das psicoterapias, como se apenas o tratamento com remédios fossem realmente científicos e efetivos. Muitos estudos neurológicos e psiconeurológicos têm apontado que as psicoterapias tem efeitos reais e duradouros.

FONTE: Association For Psychological Science

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